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Rio Paraguai atinge nível histórico crítico de 62 centímetros

Este índice supera o recorde anterior de 1964 e é o pior desde o início do monitoramento, que começou em 1900

08 out 2024 às 21h00 | Paulo Santos

Rio Paraguai / Álvaro Rezende/Governo do Estado

O Rio Paraguai alcançou nesta terça-feira (8) o menor nível histórico já registrado, marcando 62 centímetros, conforme dados do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Este índice supera o recorde anterior de 1964 e é o pior desde o início do monitoramento, que começou em 1900. Em decorrência da grave situação, o Imasul emitiu um alerta para a população.

A Sala de Situação do Imasul, que realiza o monitoramento hídrico no estado, reporta quedas diárias no nível do rio variando entre 1 e 2 centímetros, intensificando os desafios enfrentados pelas comunidades ribeirinhas que dependem do rio para sua subsistência e transporte.

Profundidade do Rio

Embora o nível do Rio Paraguai esteja abaixo da cota zero, o rio não está completamente seco. Em Ladário, por exemplo, a profundidade permanece em cerca de 5 metros, graças às características geológicas da região que criam um canal natural. Essa configuração permite um volume mínimo de água, crucial para garantir a navegabilidade, mesmo em períodos de seca severa.

A cota zero é um marco histórico que indica um ponto crítico de profundidade, mas não implica ausência total de água. Níveis abaixo desse ponto ainda apresentam variações de profundidade ao longo do curso do rio, possibilitando a continuidade de algumas atividades essenciais, como abastecimento e transporte fluvial.

Impactos Econômicos e Ambientais

A diminuição do nível do Rio Paraguai afeta diretamente a economia e o meio ambiente. O turismo e a pesca, setores fundamentais para a região, já estão enfrentando dificuldades devido à redução do volume hídrico. Além disso, as comunidades ribeirinhas têm dificuldades para garantir o abastecimento de água e manter suas atividades de subsistência.

Especialistas apontam que essa drástica redução está relacionada à variabilidade climática e à escassez de chuvas na bacia hidrográfica. O Pantanal, um dos biomas mais frágeis do planeta, se mostra particularmente vulnerável a essas mudanças, impactando tanto a biodiversidade quanto as populações locais.

“O baixo nível do Rio Paraguai impacta diretamente a vida das comunidades e as atividades econômicas, como turismo e pesca. O Imasul está mobilizado para acompanhar a situação de perto e repassar informações precisas”, afirmou André Borges, diretor-presidente do Imasul.

Em resposta à crise, o Imasul, em parceria com outras instituições, implementa medidas emergenciais para apoiar as comunidades afetadas. Thays Yamaciro, da Sala de Situação do Imasul, enfatizou a importância do monitoramento contínuo para entender e mitigar os efeitos da seca prolongada: “O monitoramento contínuo é crucial para compreendermos o comportamento do rio e adotarmos ações preventivas.”

Com informações da Comunicação do Imasul.