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Ponta Porã

Polícia prende homem que venderia equinos para produção de embutidos no Paraguai

Além disso, esses alimentos não indicam nos rótulos que contêm carne de equinos. Na operação anterior, foram apreendidos 28 animais.

18 fev 2024 às 16h30 | PAulo Santos

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo – DECON e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal – IAGRO, com o objetivo de reprimir a comercialização clandestina de produtos de origem animal, deteve hoje, 18/02, um indivíduo de 48 anos.

A ação é um desdobramento das investigações iniciadas pela IAGRO durante uma operação de fiscalização em 04 de fevereiro deste ano, quando um motorista de um caminhão boiadeiro foi interceptado em uma barreira conjunta com a Polícia Militar, e o incidente foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã.

Na manhã de hoje, uma força-tarefa foi mobilizada para monitorar a rodovia e impedir o abate ilegal de animais, resultando na apreensão de 27 equinos, sendo 13 fêmeas e 14 machos. A fiscalização ocorreu na Rodovia MS – 386, Km 50, no Distrito de São Luiz, Município de Aral Moreira–MS, próximo à Escola Municipal Maria de Lourdes Fragelli, por volta das 04h30min.

Segundo informações fornecidas pelo suspeito, os equinos foram carregados no município de Potirendaba–SP, próximo à cidade de São José do Rio Preto–SP, onde foram adquiridos por R$ 300,00 cada, totalizando R$ 8.100,00. O indivíduo admitiu, em entrevista, que ele mesmo realizava a compra e revenda dos cavalos por R$ 21.600,00.

Os animais seriam destinados a um assentamento. De acordo com o suspeito, os equinos eram animais rejeitados por fazendas, conhecidos como ‘pangarés’, e eram enviados pelo receptador para consumo humano no Paraguai, onde eram utilizados na produção de embutidos, mortadela, entre outros produtos de origem animal.

O indivíduo detido afirmou que realizava em média quatro viagens desse tipo por mês. Os médicos veterinários da IAGRO constataram que os animais estavam extremamente debilitados, com lesões causadas por arreios/selas, nas ancas, algumas em estágio inicial de cicatrização (recentes), transportados em gaiolas metálicas sem piso emborrachado, o que contraria as boas práticas de manejo no transporte recomendadas pelo Ministério da Agricultura, caracterizando indícios de maus-tratos aos animais.

A ocorrência foi encaminhada para a 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, e a autoridade policial decidiu pela lavratura do auto de prisão em flagrante. A prisão destaca a importância da repressão aos alimentos desviados e contrabandeados sem registro no Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA, pois a produção de alimentos com carne de animais doentes representa sérios riscos à saúde pública.

Além disso, esses alimentos não indicam nos rótulos que contêm carne de equinos. Na operação anterior, foram apreendidos 28 animais.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Polícia Civil