Homem é torturado por tribunal do crime e escapa após simular morte em Sidrolândia
Vítima foi acusada de delatar boca de fumo e foi condenada à morte por grupo criminoso.
Um homem, ainda não identificado, foi encontrado com o rosto lesionado e sangrando na noite da última segunda-feira (8), na entrada de uma fazenda às margens da rodovia MS-162, em Sidrolândia, Mato Grosso do Sul. A vítima teria sido sequestrada, torturada e condenada à morte por integrantes de um “tribunal do crime”, após ter supostamente delatado uma boca de fumo na região.
De acordo com o relato da vítima à polícia, ele foi atraído para uma residência por um homem conhecido como “Goiano”. Lá, foi levado para outro local, onde foi espancado por dois homens e torturado com coronhadas de arma de fogo. Durante a agressão, seu celular foi roubado para impedi-lo de pedir ajuda.
Em seguida, a vítima foi submetida a um “tribunal do crime” por videochamada com um detento de um presídio em Campo Grande. A mulher que o torturou, que seria companheira do preso, o acusou de ter delatado a boca de fumo que pertencia a eles, o que resultou em prejuízos após apreensões de drogas no bairro São Bento.
Após o “julgamento”, a vítima teve as mãos, pés e boca amarrados e foi colocada no porta-malas de um carro preto. No trajeto para um local onde seria executado, ele conseguiu se desamarrar e, quando os criminosos abriram o porta-malas, ele fugiu para o matagal.
A vítima encontrou abrigo em uma empresa de reciclagem próxima e acionou a Polícia Militar. Antes de ser levado ao hospital, ele indicou à polícia os locais onde os crimes aconteceram.
As equipes policiais se dirigiram aos endereços, mas não localizaram nenhum suspeito. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia Civil de Sidrolândia e será investigado.
Agressores ainda não foram identificados
A Polícia Civil ainda não identificou os autores da tortura e da tentativa de homicídio. As investigações seguem em andamento para localizar os suspeitos e elucidar o crime.
Violência do tribunal do crime preocupa
O caso chama atenção para a crescente atuação de grupos criminosos que se autodenominam “tribunais do crime” na região. Esses grupos julgam e condenam pessoas à morte de forma extrajudicial, muitas vezes sem provas ou com base em falsas acusações.
A violência do tribunal do crime é um reflexo da fragilidade do sistema de segurança pública e da falta de acesso à justiça formal para muitos cidadãos. É necessário que as autoridades tomem medidas para combater esses grupos e garantir a segurança da população.