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Dupla foi carbonizada porque trocou cocaína por gesso

Thiago Palermo e Marcelo dos Santos Viera, de 30 e 45 anos, foram encontrados no dia 24 de julho dentro de um carro abandona em uma rua de terra no São Conrado.

18 dez 2023 às 15h00 | Douglas Duarte
Créditos: Primeira Página

Créditos: Primeira Página

Encontrados carbonizados dentro de um carro no dia 24 de julho, Thiago Brumatti Palermo e Marcelo dos Santos Viera, de 30 e 45 anos, foram “julgados” e mortos em mais um “tribunal do crime”. A trama fatal tem o furto de droga como estopim da violência.

Segundo as investigações da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), os dois foram executados porque trocaram tabletes de cocaína de uma facção criminosa por gesso.

Até o momento, nove pessoas foram indiciadas por participação no crime; três estão presos, quatro são procurados pela polícia e dois responde em liberdade. Um décimo suspeito foi identificado, mas morreu dias depois das execuções.

A DHPP divulgou a lista dos foragidos.

  • Cezar Augusto Rocha Gonçalves
  • Diogo Guilherme da Silva Firmino, o Zé Caveira
  • Cristiago Nunes Dutra, Nick
  • Cleber Laureano Rodrigues Mendeiros, Doutor PCC ou Tubarão

Para entender o crime, primeiro é necessário conhecer o envolvimento de Thiago e Marcelo com o tráfico de drogas.

De acordo com as investigações da delegacia especializada, os dois eram os responsáveis por enviar remessas de cocaína para o estado de São Paulo. Thiago preparava os veículos com a droga escondida; para isso, tinha uma casa só para o fim.

Marcelo apoiava Thiago. Segundo a polícia, foi dele a ideia de trocar alguns tabletes de cocaína por gesso. Para isso, fez moldes na própria marcenaria e preparou os tabletes falsos.

Nesse ponto, entram outros dois nomes; faccionados que assim como Marcelo e Tiago sabiam onde a droga era guardada antes levada para São Paulo. Juntos, eles decidiram furtar alguns tabletes para revender, sem a permissão da facção. Quando fizeram isso, no entanto, descobriram que haviam pego apenas gesso.

Não demorou muito para os chefes também descobrirem a falsa. No fim de semana do dia 22 de julho, os quatro suspeitos e o freteiro, que deveria levar os carros carregados de cocaína para São Paulo, foram conduzidos para a sessão de tortura chamada no meio criminal de julgamento.

Primeiro, foram levados para uma casa na região da avenida Três Barras. Foi lá que começou a videoconferência com integrantes da facção paulista, com forte atuação em Mato Grosso do Sul. Antes mesmo que “julgamento” terminar, os cinco foram levados para outra cantoneira – como são chamados os cativeiros – no São Conrado.

Por um tempo, os cinco ficaram presos em um quarto. No domingo (23 de julho), Thiago foi estrangulado até a morte e colocado no porta-malas de um Ford Fiesta.

O freteiro foi sentenciado a levar uma surra, mas no caminho a um novo lugar, reagiu, esfaqueou seus “seguranças” e conseguiu fugir.

Enquanto isso, os outros três foram sentenciados à morte e colocados ainda com vida dentro do mesmo carro em que o corpo de Thiago estava. Marcelo foi amarrado no banco de trás do veículo e os outros dois deixados no porta-malas.

Os assassinos dirigiram até uma rua de terra que faz a ligação entre os bairros São Conrado e Nova Campo Grande e lá colocaram fogo no carro. Os dois homens que estavam no porta-malas conseguiram escapar antes que o fogo se espalhasse. Marcelo morreu carbonizado. O mesmo aconteceu com o corpo de Thiago.

Para a polícia, o chefe do justiçamento foi auxiliado de perto por Diogo Guilherme da Silva Firmino, o Zé Caveira, que ainda está foragido.

Os nove envolvidos nos assassinatos foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, homicídio tentado, destruição de cadáver, tráfico de drogas e envolvimento em organização criminosa.