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Câmara volta a discutir construção do Hospital Municipal em audiência pública

O empreendimento vai ampliar em 259 o número de leitos na Capital.

18 ago 2024 às 10h30 | Douglas Duarte

Créditos: ASCOM

A Câmara Municipal de Campo Grande reuniu, nesta sexta-feira (16), autoridades e especialistas para discutir a criação do Hospital Municipal da Capital. O HMCG será construído no Bairro Chácara Cachoeira e a estrutura terá aproximadamente 15 mil metros quadrados de área construída.

Segundo a secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, a OMS (Organização Mundial de Saúde) preconiza de três a cinco leitos para cada 1000 mil habitantes. Japão e Alemanha, por exemplo, tem média de 13,7 e 8,2 leitos para 1000 habitantes, respectivamente. Nos Estados Unidos a média é de 3 leitos para mil habitantes.

“O projeto estava aprovado há mais de 10 anos no Plano Municipal de Saúde. Temos um déficit real. Essa necessidade, por si só, já é uma justificativa. Não precisamos ser doutores na área da saúde para saber disso. Hoje, temos mais de 100 pacientes esperando um leito hospitalar. O complexo minimizará bastante essa questão”, afirmou.

A audiência foi convocada pela Comissão Permanente de Saúde, composta pelos vereadores Dr. Victor Rocha (presidente), Prof. André Luís (vice-presidente), Dr. Jamal, Tabosa e Dr. Loester.

Conforme a Prefeitura, o complexo hospitalar de Campo Grande terá capacidade de realizar cerca de 20 mil procedimentos por mês, entre consultas, exames e cirurgias. O empreendimento vai ampliar em 259 o número de leitos na Capital.

Para o desembargador Nélio Stábile, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e integrante do Comitê do Judiciário para a Saúde, a construção da unidade deve refletir até mesmo no Poder Judiciário. “Haverá menos judicialização e a população fica melhor atendida. É importante termos mais um hospital, e é importante para todas as áreas da cidade. Não apenas para a população de Campo Grande, mas de todo o Estado”, afirmou.

O complexo irá reunir atendimento especializado e de diagnóstico, tendo a oferta de procedimentos de cirurgia geral, como hérnia, vesícula, oftalmologia, ortopedia e pediatria, além de exames de ressonância, tomografia, ultrassom, colonoscopia, endoscopias, entre outros.

A previsão é de que a obra seja iniciada com prazo de execução de até 24 meses. A construção será no modelo built to suit, que em tradução livre para o português quer dizer “construído para se adequar”. É uma espécie de locação na qual o bem locado foi construído ou reformado pelo futuro locador de acordo com as exigências e parâmetros feitos pelo futuro locatário.

“Temos que pensar esse modelo de construção built to suit: R$ 5,3 milhão por mês, sendo R$ 1,2 bilhão no total. Temos que otimizar o orçamento público, essa questão da terceirização, da fragmentação”, contrapôs o Superintendente Estadual do Ministério da Saúde, Ronaldo Costa.

Segundo estimativa da Sesau, serão realizadas mensalmente 1.500 internações, 1.000 cirurgias, 2.500 atendimentos de pronto atendimento, 13.500 consultas médicas e 13.500 exames de imagem.

O hospital contará com 259 leitos, sendo 49 de pronto atendimento, 20 leitos CTI (10 pediátricos e 10 adultos) e 190 leitos de enfermaria (60 pediátricos, 60 adultos para homens e 70 adultos para mulheres). Terá UTI para adultos e pediátrica, 10 salas de cirurgia, 53 consultórios e 19 salas de exame, incluindo audiometria, eletrocardiograma, eletroencefalograma, eletroneuromiografia, ecocardiograma, ergometria, hemodinâmica, mamografia, radiografia, ressonância magnética, tomografia, ultrassonografia, endoscopia e colonoscopia.

O presidente da Academia de Medicina de Mato Grosso do Sul, José Ivan Aguiar, afirmou que é preciso uma estrutura para beneficiar e suprir as demandas da cidade pelos próximos 30 anos, o que não é o caso do que foi proposto pelo Executivo. “A proposta que vemos é restrita. O custo está muito elevado para a população e isso pode até mesmo implicar em aumento de impostos para a população. É um projeto ambicioso, mas achamos que necessita de melhor planejamento e execução”, afirmou.

Ainda de acordo com a Prefeitura, o HMCG terá quatro pavimentos, sendo um subsolo, térreo, primeiro e segundo andares, além de um centro de diagnósticos, laboratório, guarita, jardim e estacionamento com 225 vagas. No total, o hospital ocupará uma área de 14.914 metros quadrados.

O investimento previsto na construção é de R$ 210 milhões. O mobiliário, incluindo móveis, equipamentos médicos e hospitalares, terá um custo aproximado de R$ 80 milhões de reais. A manutenção de elevadores, jardim, ar condicionado, segurança, dedetização e outros serviços, denominada “facilite”, terá um gasto aproximado de R$ 20 milhões ano e ficará a cargo da empresa que construir o prédio.