Novas tensões entre indígenas e fazendeiros deixam feridos em Douradina
Ataques violentos contra comunidades Guarani Kaiowá se intensificam.
A região de Douradina, a 200 quilômetros de Campo Grande, vive momentos de tensão devido a novos conflitos entre indígenas Guarani e Kaiowá e fazendeiros e jagunços. Nos últimos dias, uma série de ataques violentos deixou diversos indígenas feridos.
Entre sábado (3) e domingo (4), três indígenas, incluindo dois adolescentes, foram atingidos por disparos de arma de fogo em diferentes partes do corpo. Outros indígenas também foram feridos por balas de borracha durante os confrontos. A gravidade dos ferimentos exigiu a mobilização da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Corpo de Bombeiros para o atendimento e transporte dos feridos para Dourados.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a intensificação dos ataques está relacionada às recentes retomadas de terras indígenas, como Guaaroka e Yvy Ajere. Essas ocupações geraram grande resistência por parte de fazendeiros e grupos armados, que têm reagido com violência contra os indígenas.
O ataque mais violento ocorreu no sábado (3), quando dez indígenas, incluindo uma idosa, foram feridos na região da Terra Indígena Lagoa Panambi. No domingo, o acampamento Esperança, que abriga cerca de 300 famílias indígenas em Dourados, foi atacado e incendiado por um grupo armado.
Diante da escalada da violência, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania divulgou uma nota expressando sua preocupação com a situação e informando que está acompanhando de perto os acontecimentos. O coordenador-geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas já está em Mato Grosso do Sul para se juntar à equipe do Ministério dos Povos Indígenas e buscar soluções para o conflito.
O governo federal está em tratativas com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para aprimorar o uso da Força Nacional no controle dos conflitos, garantindo a proteção e a defesa da vida dos indígenas e o respeito aos seus direitos humanos.
