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Ex-comandante da PM e mais 4 são indiciados por agressão a jornalista

O ex-comandante era da Polícia Militar de Nova Andradina.

13 nov 2023 às 21h23 | Douglas Duarte

O tenente coronel José Roberto de Souza, ex-comandante da Polícia Militar de Nova Andradina, cidade localizada na região do Vale do Ivinhema e mais quatro policiais foram indiciados pelo MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), por agressão ao jornalista Sandro de Almeida Araújo Filho, de 46 anos. O ataque aconteceu em Nova Andradina em junho desse ano.

Conforme consta no boletim de ocorrência, registrado pela vítima, os agressores seriam policiais militares. Ainda segundo o registro policial, o jornalista informou que estava dirigindo para retornar para sua casa, quando dois veículos descaracterizados – um Renault Sandero e uma caminhonete L-200 – com dois homens em cada um, teriam começado a persegui-lo.

Segundo o site Midiamax, na época os agressores teriam dito que o jornalista seria o responsável por espalhar outdoor e também soltar fogos comemorando a transferência do tenente coronel da cidade. Durante a ação os envolvidos não utilizavam uniforme, mas um dos veículos era de uso da polícia militar.

 “Assim, o denunciado TC J. Roberto, movido pelo sentimento e interesse pessoal de cercear o direito da vítima de comemorar a troca de comando, determinou aos militares, a ele subordinados, que vigiassem o entorno do quartel e impedissem a utilização dos fogos de artifício pelo mencionado jornalista, ora vítima, muito embora tal fato não constituísse crime”, diz a denúncia do MP/MS.

Ainda de acordo com a denúncia, os policiais não se identificaram, bem como a vítima não os reconheceu por estarem em veículo descaracterizado (sem sinais luminosos e sonoros) e, portanto, ao constatar a perseguição não parou seu veículo, ao contrário, tentou empreender fuga visando proteger sua integridade física.

“Importa destacar que, durante a perseguição, os policiais denunciados não se identificaram, bem como a vítima não os reconheceu por estarem em veículo descaracterizado (sem sinais luminosos e sonoros) e, portanto, ao constatar a perseguição não parou seu veículo, ao contrário, tentou empreender fuga visando proteger sua integridade física”, diz outro trecho da denúncia.

 Ainda segundo promotora Tathiana Correa Pereira da Silva, o subtenente José dos Santos de Moraes, o 3º Sargento Luiz Antônio Graciano de Oliveira Júnior, o também 3º sargento Marco Aurélio Nunes Pereira e o cabo Elizeu Teixeira Neves causaram lesão corporal de natureza leve na vítima, conforme faz prova o laudo de exame de corpo delito de f. 467/468.

“Assim, o denunciado TC J. Roberto, movido pelo sentimento e interesse pessoal de cercear o direito da vítima de comemorar a troca de comando, determinou aos militares, a ele subordinados, que vigiassem o entorno do quartel e impedissem a utilização dos fogos de artifício pelo mencionado jornalista, ora vítima, muito embora tal fato não constituísse crime”, diz a denúncia da promotora, assinada na última sexta-feira (8).

No documento do MPMS, há evidências de que os  denunciados registraram o B.O. no sistema SIGO e, visando ocultar os crimes praticados anteriormente, inseriram informações falsas no referido documento, imputando falsamente à vítima Sandro de Almeida os crimes de resistência, desobediência e lesão corporal, os quais não ocorreram, além de alterarem a dinâmica dos fatos no “histórico de ocorrência”, conforme se verifica dos depoimentos e vídeos anexados aos autos.

 “Por todo o exposto, e, uma vez demonstradas a autoria e materialidade delitivas, o Ministério Público Estadual, através de sua Promotora de Justiça in fine assinada, oferece denúncia”, conclui a promotora Tathiana Correa Pereira da Silva.