Brasil: Armas apreendidas em Goiás podem ter ligação com mega esquema de tráfico internacional
Polícia investiga se fuzis tchecos fazem parte da operação Dakovo, que desarticulou a maior rede de tráfico de armas da América do Sul.
A Polícia Federal em Goiás investiga a possibilidade de os fuzis e pistolas tchecos apreendidos durante uma operação na semana passada estarem ligados ao mega esquema de tráfico de armas desarticulado pela Operação Dakovo, em dezembro do ano passado. A operação prendeu o empresário argentino Diego Hernan Dirisio, considerado o maior traficante de armas da América do Sul.
A suspeita surgiu devido à origem das armas apreendidas em Goiás. Os fuzis AK-47 e as pistolas calibre 9mm, além de dezenas de carregadores, foram encontrados em um veículo no bairro Jardim Novo Mundo, com destino ao Rio de Janeiro. As armas eram fabricadas na Tchéquia, um dos países de origem das armas adquiridas pelo grupo criminoso de Dirisio.
O esquema de Dirisio consistia em comprar armas do leste europeu e da Turquia por meio de uma empresa no Paraguai, e repassá-las para as principais facções criminosas do Brasil. A Operação Dakovo revelou que o sistema envolvia a corrupção do alto escalão das Forças Armadas paraguaias.
Um detalhe que chama a atenção é que tanto as armas apreendidas em Goiás quanto as apreendidas na Operação Dakovo tinham a numeração raspada. Além disso, em alguns casos, as armas do esquema de Dirisio tinham a logomarca do fabricante alterada para dificultar a rastreabilidade.
O delegado Bruno Zane, da Polícia Federal de Goiás, responsável pela investigação, afirmou que o homem preso com o armamento em Goiás receberia um valor para transportá-las até o Rio de Janeiro. Ele não possui antecedentes criminais e continua preso.
Todas as linhas de investigação estão sendo avaliadas pela Polícia Federal, mas ainda não há uma confirmação oficial de que as armas apreendidas em Goiás fazem parte do esquema de Dirisio.
